A Itália, França e Espanha são considerados os maiores produtores de vinho do mundo. No Brasil, doze regiões vinícolas brasileiras são as responsáveis pela produção de vinhos, sucos de uva e derivados. A maior concentração desta produção ocorre no Rio Grande do Sul, onde são elaborados, em média ao ano, 350 milhões de litros de vinho e derivados, o que representa 90% da produção nacional. Cerca de 20% da produção são de uvas viníferas, e 80% de uvas americanas, como Concord e Isabel, e híbridas, como a Seibel.
Para a obtenção do vinho, é necessária processo de fermentação das uvas, onde ocorre a transformação do açúcar presentes nas frutas, tanto das uvas frescas como no mosto, em álcool, através do consumo desse açúcar pelas leveduras, as quais são microrganismos responsáveis por essa fermentação.
O vinho possui um alto teor alcoólico, cerca de 12%, quando comparado as cervejas que estão entre 4% a 6% e os uísques e as aguardentes com teores entre 40% e 50%.
Como já ouvimos falar, duas taças de vinhos podem contribuir com maior longevidade. De fato, as pesquisas estão comprovando os benefícios do vinho, mas é importante não ver nesses resultados um possível incentivo ao abuso do álcool, pois pesquisas evidenciaram que o consumo superior a três taças por dia pode ser perigoso, apresentando ação inversa ao organismo, podendo ser a causa das doenças cardíacas mais do que podem contribuir nessa prevenção. No entanto, estudos mostraram que o consumo de uma a duas taças por dia é suficiente para que possam ser usufruídos dos benefícios do vinho.
Esses benefícios estão relacionados ao aumento de expectativa de vida, prevenção de doenças cardiovasculares, de câncer e outras ações protetoras para o organismo. Os compostos responsáveis pelas ações benéficas dos vinhos ao organismo são os compostos fenólicos, que estão presentes em grandes quantidades tanto na casca como nas sementes das uvas. Dentre estas substâncias está o resveratrol, uma substância natural presente nos vinhos em maior quantidade nas uvas tintas (1,5 mg/L) do que nas brancas (cerca de 0 mg/L). Estudos mostram que os vinhos tintos no Brasil apresentam cerca de 0,82 a 5,75 mg.L de trans-resveratrol, com um valor médio de 2,57 mg/L. O resveratrol é um composto muito importante, principalmente, por poder apresentar atividades antioxidante, anti-inflamatória, anticancerígena, neuroprotetora, anti-agregante plaquetária e anti-alergênica.
Muitos estudos mostram que o resveratrol pode contribuir com a prevenção de doenças cardiovasculares, pois este reduz a oxidação do LDL, o que ajuda a diminuir o LDL (colesterol ruim), aumentando o HDL (colesterol bom), evitando a formação de placas de gorduras nas artérias e corrente sanguínea. Muitas pesquisas também mostraram que o resveratrol impede o estresse oxidativo nas células, o que contribui em retardar o envelhecimento celular.
Outras substâncias também presentes no vinho tinto são as catequinas e o ácido gálico. Em nosso organismo elas atuam como antioxidantes, impedindo a formação de radicais livres, os quais são íons responsáveis pelo processo de envelhecimento, além de atuarem na inibição de processos neoplásicos.
Além de todos esses benefícios devido aos compostos bioativos presente no vinho, ainda possuem nutrientes como carboidratos, vitaminas e minerais (potássio, cobre, zinco, flúor, magnésio, entre outros) provenientes da uva. Vale destacar que o consumo de uvas in natura ou o suco de uva natural também podem ser tão benéficos quanto o vinho, pois estes também são providos de compostos presentes no vinho.
Aproveite e consuma essa incrível bebida milenar que além de trazer benefícios á saúde, nos proporciona prazer. E vale ressaltar que devem ser consumidas com moderação, pois em excesso de vinho pode trazer riscos relacionados ao alcoolismo, como cirrose ou até a morte. Além disso, a prática de exercícios e uma alimentação saudável são necessárias para que os benefícios do vinho sejam garantidos.
Jessica Bomtorin Aranha
Graduanda em Ciências dos Alimentos
Sob orientação: Profª. Drª. Jocelem Mastrodi Salgado
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