Vida Saudável
O chique simples das francesas
Estou de volta à França, mais exatamente em Nancy, na região da Lorraine. De novo, me encanta a maneira com que as francesas se apresentam.
(É claro que é uma generalização: nem toda gaulesa é assim. Mas dá pra dizer que é a maioria.)
É uma ode ao minimalismo e à elegância: elas se vestem com simplicidade, evitam extremos (decotes pronunciados, saias curtíssimas), fogem das estampas exageradas. Preferem ter poucas peças de qualidade a muitas que durem pouco. Não exibem marca: você não vai ver uma francesa com aquela bolsa Louis Vuitton cheia de logotipos. Adoram cores neutras. E quase sempre estão usando um cachecol ou um lenço.
O cabelo e a maquiagem também são simples e discretos. A gente vê muito corte curto ou médio. Não tem cabelão louro, unhona colorida ou batom Snob (nada contra: só não faz o estilo das francesas).
Chanel dizia: "Vista-se mal e notarão o vestido. Vista-se bem e notarão a mulher." Faz todo sentido, porque o vestir-se bem francês não é botar um vestidão estampado Versace com decote no umbigo. Essa é mais a tendência americana, né? O vestir-se bem francês é usar roupas de boa qualidade, adequadas à situação, de forma que a pessoa (e suas ideias, e suas palavras - os franceses adoram discutir!) possa ser o centro das atenções.
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Chanel: cabelo curto e escuro, roupa preta, pérolas (talvez falsas. "O importante não são os quilates, mas o efeito.") |
Sei que, no Brasil, a maioria do pessoal gosta de um estilo mais colorido e extravagante. Também tem aquela coisa de mostrar que tem dinheiro (e dá-lhe detalhes dourados e produtos de marca). Só que - e aí estou com a Chanel, mas é questão de gosto, claro - se a pessoa usa todos os lançamentos e acessórios, a gente acaba sem saber qual saber o gosto pessoal dela, não?
Enfim, gosto muito da ideia de ter um guarda-roupa básico, clássico, de boa qualidade, só com peças que caem bem. Tem tudo a ver com o minimalismo, e também me agrada esteticamente (tem gente que não acha graça, e também tá valendo).
Não tenho esse guarda-roupa, não. Quem sabe no futuro? Nestes anos de viagem, as peças que eu uso têm de aguentar a correria, as malas e frequentes idas à máquina de lavar (já namorei um suéter de cashmere e desisti, porque não ia ter paciência de ficar lavando a mão na estrada). Mas as minhas roupinhas todas combinam entre si, e de vez em quando eu ponho um cachecol.
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