Vida Saudável
O bebê, a mãe e a livre demanda
Ainda não consigo descrever muito bem o momento tão esperado do nascimento do filho. Converso incansavelmente com as mães que conheço e ouço vários relatos: me senti emocionada, me senti diferente, me senti deslocada, ouço.
O que eu sei: parece que uma realidade ficou para trás e renascemos, de uma forma ou de outra.
Percebo a maternidade acontecendo para mulheres fortes e de repente, a insegurança aparece. Afinal, é tudo tão novo. Mãe de primeira viagem. Não curto muito essa definição, afinal, somos todas mães de primeira viagem. Cada filho é um filho, e uma viagem diferente. E esse título muitas vezes parece pejorativo, como se uma mãe, por ser inexperiente, não pudesse saber o que seu filho quer, deseja ou necessita.
E nesse super redemoinho de emoções, precisamos estar prontas para a segunda parte da gestação: amamentar. Um momento tão novo, tão emocionante, tão carregado de cobranças internas e externas.
Cada pessoa que visita essa mãe tem um palpite, uma dica infalível. Isso quando as histórias tristes não aparecem sorrateiras.. você faz assim? Minha prima fez isso, e olha, deu tudo errado...
Nossa geração, o aqui e agora, é repleto de informações, ultra tecnologia, pomadas, materiais, técnicas, protetores, apps. Quem começou a amamentar usa um aplicativo medindo tempo, duração. Os aplicativos comparam uma mamada com outra e trás a informação: quão eficiente estou sendo nesse processo? Racionalizando tudo.
“Não deixa no colo, mal acostuma. Espera para amamentar, acho que não deu tempo de dar fome. Deixa no berço, essa criança vai ficar com manha. Não dá peito toda hora, você vai ser escrava da criança. Vai ficar muito dependente. Parece cólica, o que você comeu hein”?
E a mãe ouve, dentro de sua cabeça: será que dou conta? Sou competente para isso? Tanta coisa, tantas regras. Machuca o peito. Precisa de complemento, não sou suficiente?
E assim, com tanto barulho em volta, silenciamos a intuição da mãe...
(...)
Volta tudo. Vamos concentrar no que é importante. Esqueçam os tablets, peçam licença às visitas. Se tiver dúvida, respira e pensa: afinal, o que garantiria o bem estar do meu filho?
Seu filho precisa de uma coisa: você. Você em livre demanda. Colo de mãe, colo de pai. Voz de mãe, voz de pai. Você dentro dele, através da amamentação. Vou te falar a verdade: essa de bebê mamar de 3 em 3 horas é regra de hospital. Em casa, muitas vezes não funciona. Não funciona!! Principalmente no primeiro mês. A livre demanda é ESSENCIAL para que a amamentação dê certo, para você e para ele. Regula a quantidade de leite . Vocês não sabiam como fazer. Quando a gente não sabe o que fazer, precisamos treinar e treinar. Treine muito a amamentação. Sim, às vezes, ele vai mamar só pelo aconchego. E qual o problema disso?
Tente corresponder as expectativas do seu filho, e faça por ele o que ele faz sem reservas para você: se entregue. Se deixe levar pela vontade de pegá-lo no colo. A sensação de perda da antiga vida acontece sim. Deixe ir. Sinta, e deixe ir.
Permita-se. Permita-se ser “sugada”, amamente sem reservas. Seu filho vai se adaptar depois. Prometo, ele não vai pra faculdade mamando em livre demanda. Isso passa, de verdade. Ele se adapta. Mas agora é muito importante!
Permita-se também não dar conta do resto. Foque no que é importante, no seu papel atual: ser a provedora do alimento que seu filho necessita.
Tablets, listas, regras, comparações, são importantes. Mas agora não. Agora, o importante é um copo d’agua, apoio, cuidado e um bebê bem aconchegado no nosso peito!
Boas mamadas ;)
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