Ovo: herói ou vilão?
Vida Saudável

Ovo: herói ou vilão?


O ovo é considerado um alimento nutricionalmente completo, perdendo apenas para o leite materno. É rico em proteínas e vitaminas do complexo B, A, E, K, e minerais como ferro, selênio, fósfóro e zinco. Encontra-se ainda como fonte biodisponível de luteína e zeaxantina, carotenóides antioxidantes que se acumulam na região macular da retina e tem função protetora, além de colina, um importante nutriente para a função normal das células.

Entretanto, ainda que diante do seu excelente valor nutricional, a ingestão adequada de ovos tem sido contestada há tempos, devido principalmente à sua relação como causa de complicações cardiovasculares, em virtude da quantidade de colesterol disponível em sua gema, que é de 50 a 250 mg.

O colesterol é um importante componente para o nosso organismo, atuante na estrutura das membranas celulares, produção de hormônios sexuais e vitamina D, participa também dos tecidos nervosos e origina sais biliares. O colesterol dietético – que é aquele obtido através da ingestão de alimentos de origem animal –, pode ser encontrado principalmente na gema do ovo, mas leite e derivados, camarão e carne vermelha também são ótimas fontes.

Como já dito, a associação do consumo de ovos, e seu colesterol, quanto a doenças cardiovasculares é antiga, e uma infinidade de estudos nacionais e internacionais já foram realizados, sempre comprovando dois lados desse versátil alimento.

Guias dietéticos dos Estados Unidos e a Associação Americana do Coração recomendam uma ingestão diária média de cerca de 300mg de colesterol. No entanto um outro documento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que é responsável pelas diretrizes alimentares americanas, afirma que atualmente não há evidências disponíveis para relacionar significativamente uma dieta com colesterol e os níveis do colesterol sanguíneo.

Basicamente, nos vemos diante de duas linhas de pesquisa: a que promove a alforria do colesterol, e a que ainda pede atenção em seu consumo. O documento americano que abre sinal verde para o colesterol justifica que 80% do colesterol circulante no organismo é produzido pelo fígado, ou seja a menor parte, apenas 30% é proveniente da alimentação. Este documento baseia-se em estudos que sugerem que o consumo de ovos não está significativamente relacionado com o aumento do risco de insuficiência cardíaca, e indica que muitos estudos que afirmam o contrário, não consideram fatores de risco como tabagismo, sedentarismo, sexo ou idade, e até mesmo a dieta: se um indivíduo consome alimentos com altos índices de gordura animal, a inclusão do ovo na dieta pode aumentar naturalmente o nível de colesterol sanguíneo. Já os estudos que colocam o colesterol do ovo como vilão, apontam indivíduos que podem beneficiar-se com a diminuição da ingestão do colesterol dietético, como portadores de diabetes melittus, que já apresentam anormalidades no mecanismo de transporte do colesterol, ou ainda indivíduos que historicamente apresentam colesterol elevado. Um fato em concordância entre ambas linhas de pesquisa, é que a ingestão do ovo aumenta a quantidade de LDL, mas favoravelmente aumenta a quantidade de HDL, o que também é um fator a ser considerado.

De forma concisa, o ovo é um alimento versátil, de fácil acesso e de alta qualidade nutricional. Entretanto, apesar dos muitos estudos já realizados, nos resta saber em quais proporções devemos consumi-lo, e o quanto este alimento pode influenciar nossa saúde, se incluso na dieta. Os estudos epidemiológicos, que também são em grande quantidade, não nos apresentam uma sentença absoluta quanto ao risco de doenças cardiovasculares. Portanto, os estudos a respeito desse alimento tão importante, ainda devem continuar.


Por fim vale ressaltar a importância de uma dieta balanceada e com atividades físicas regulares, e que a forma de preparo e a quantidade ingerida, não só do ovo mais de muitos outros alimentos, são fatores determinantes para um bom aproveitamento nutricional. E cada vez mais, é possível resgatar o conceito de que a alimentação e a qualidade de vida são aliados na prevenção de muitas doenças.



Graziele Silva
Graduanda em Ciências dos Alimentos
Sob orientação: Profª. Drª. Jocelem Mastrodi Salgado



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