Desmascarando a Mulher Maravilha
Vida Saudável

Desmascarando a Mulher Maravilha


Na noite retrasada acordei, no meio da madrugada, pensando que tinha um rato andando no meu peito, entre meus cabelos, rapidamente tentei passar a mão direita para tirar seja lá o que fosse, mas não sentia minha mão, não a encontrava. Foi uma sensação bizarra. Gritei e quase matei o marido do coração.
Acendi a luz (o interruptor fica bem ao meu lado esquerdo) e vi que o "rato" era a minha própria mão direita se debatendo no meu peito.O meu lado direito todinho estava adormecido e não voltava. Eu não sentia nada: mão, braço, perna, pé. Olhei para meu braço e mão esquerdo para confirmar o que eu já sabia, eu estava dormindo sobre eles, (e as marcas demonstravam que já fazia tempo) e não sobre o lado adormecido. Depois comecei a passar mal. Parecia que ia ficar sem ar, que iria desmaiar e coisas assim.
Meu marido, preocupado, queria me levar ao hospital, mas eu não queria ir, pois as crianças estavam dormindo e teria que acordá-los, preparar mamadeira, etc...
Vendo minha situação ele disse: vai se trocando que depois a gente vê isso (homens! rs).
Rapidamente tirei a calça do pijama, vesti um casaco e fomos sozinhos para o hospital, afinal eu já estava ficando com medo também.
Tinha medo de deixá-los sozinhos para ir ao hospital e tinha medo de não ir ao hospital e ter algo grave que precisasse ser tratado com urgência. Tinha mais medo ainda de ser algo sério e sem tratamento, pois como ficariam meus filhos? E se....tantas coisas!!! Coloquei minha confiança em Deus e mais uma vez entreguei minha vida e minha família a Ele.


Como era meio da madrugada o risco das crianças acordarem era pouco, mas meu pensamento ficava nelas o tempo todo. Marido deixou um bilhete para o filho mais velho com o número do celular, telefone ao lado, essas coisas.

No hospital, foi feita avaliação para ver se era derrame e coisas assim, mas o exame clínico dizia que estava tudo bem, que tudo não passava de uma crise de estressee e que mesmo o probleminha que tenho no coração (prolapso de mitral) nada tinha a ver com o episódio.

Sinceramente, eu não sabia se deveria ficar contente por ser "só" isso ou se ficava com raiva e angustiada por ser uma banana!

Enquanto marido voltou para ficar com os filhos, fiquei no ambulatório tomando soro e dois medicamentos que me fizeram dormir por muito tempo.

Como assim, estresse no retorno das férias? Tá certo que eu tiro férias da rotina (escola, fisio, fono, TO, horários...), e preencho os dias com outras atividades também importantes como reuniões, consultas, exames do filho e esse ano até um super encontro com famílias de crianças com ACC/DCC (vou falar sobre isso em outro post), mas eu passei tempo agradável com familiares e amigas também. Sempre com muito apoio.
O caso é que não somos perfeitas. Embora eu tenha essa característica de tentar fazer tudo com perfeição, tenho aprendido em minha experiência como mãe, que não podemos ser perfeitas. Acredito que devemos fazer tudo com excelência sim, mas isso não significa dizer que tudo sairá conforme planejado, ou que tudo estará sempre em seus devidos lugares. Algumas coisas fogem do nosso controle.

Se algum dia eu tiver passado essa impressão de ser a mulher maravilha, por favor, me perdoe e esqueça isso. Eu tento ao máximo ser organizada, ter a casa limpa e arrumada,  ser coerente, calma, mas hoje eu quero dizer ao mundo que não sou isso tudo em todo o tempo.

Muita gente me pergunta: "nossa, como você consegue fazer tudo isso que você faz e ainda ser assim e assado?" E eu respondo: "Não consigo!"

Ok! Consigo muita coisa, pois planejo, organizo me esforço, mas quando as pessoas me fazem essa pergunta, percebo que a imagem que fazem de mim não é a realidade.

E porque estou dizendo isso? Para trazer alívio para mim e para você.

Há dias em que a pia continua cheia de louça, mesmo que estejamos em dia com nosso planejamento.
Há dias em que por mais que escalemos a montanha de roupa para passar, nunca chegamos ao topo para fincar a bandeira do alívio e do dever cumprido.
Há dias em que rola um macarrão instantâneo, mesmo sabendo que isso não é comida de verdade.
Há dias em que, por mais livros e cursos sobre educação de filhos que lemos e praticamos, parece que estragamos tudo como mães.
Há dias em que, por mais linda que seja a nossa fala ao encorajar os filhos, nos sentimos desencorajadas em outras áreas.
Há dias em que você quer se sentar e passar tempo com seu filho, pois em fim você conseguiu um tempo só para ele, mas ele prefere ficar no campinho soltando pipa.
Há dias em que ouvimos das pessoas sobre o quanto somos calmas e doces e horas depois estamos nos descabelando e gritando com o filho que em 5 minutos acabou com a limpeza que demoramos um dia todo para fazer.
Há dias em que estamos todos brincando na piscina, e outros em que estamos todos em casa, com virose.
Há dias em que somos muito fortes, passamos dias sem dormir e sem apetite, para cuidar dos nossos filhos no hospital frio.
Há dias em que nós estamos no hospital frio e recebemos um abraço quente dos nossos filhos.
Há dias em que você acredita que está tudo bem, e seu corpo, que também não é perfeito, dá um grito no meio da madrugada, para dizer: vá com calma!





E, em meio ao caos, você agradece pela correria com os filhos imperfeitos que você tanto ama e pelo marido, também imperfeito, mas que cuida de você e dos filhos com todo carinho e dedicação te fazendo se sentir uma mulher, ainda imperfeita, mas  perfeitamente amada!







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