Vida Saudável
Drenagem Linfática Manual: Uma revisão
1. Introdução
A Drenagem Linfática Manual é uma técnica de massagem altamente especializada, feita com pressões suaves, lentas, intermitentes e relaxantes, que seguem o trajeto do sistema linfático, aprimorando algumas de suas funções. (Leduc, 2000).
A Drenagem Linfática Manual é uma técnica de massagem manual que foi descrita, inicialmente, como método para tratamento de edemas em especial o linfedema. Vários autores já a descreveram, entre eles Albert Leduc e Emile e Astrid Vodder. A primeira diferença entre os dois está no tipo de movimento usado. Vodder utiliza uma combinação ampla de movimentos passivos e técnicas manuais de drenagem linfática. Leduc possui uma combinação mais restrita de movimentos e propõem protocolos de tratamentos com base no tipo de distúrbio encontrado e utiliza bandagens compressivas após as técnicas de drenagem linfática. (DE BARROS, 2001).
A drenagem linfática manual drena os líquidos excedentes que banham as células, mantendo, desta forma, o equilíbrio hídrico dos espaços intersticiais. Ela é também responsável pela evacuação dos dejetos provenientes do metabolismo celular. (LEDUC, 2000).
A técnica de DLM é complexa, representada por um conjunto de manobras muito específicas, que atuam basicamente sobre o sistema linfático superficial, visando drenar o excesso de líquido acumulado no interstício, nos tecidos e dentro dos vasos, através das anastomoses superficiais linfo linfáticas axilo-axilar e axilo-inguinal (Marx e Camargo, 2000).
Há duas etapas a serem seguidas na drenagem linfática, sendo, em ambas, realizadas sempre no sentido da circulação linfática de retorno e centripetamente. Essas duas etapas são chamadas de evacuação e de captação. (DE BARROS, 2001). O primeiro processo é a captação que é realizada no mesmo nível da infiltração. O segundo processo consiste na evacuação que é a transparência dos líquidos captados longe da zona de captação. (LEDUC, 2000). O objetivo da evacuação é proporcionar um aumento do fluxo linfático na região proximal, deixando essa descongestionada e preparada para receber a linfa de outras regiões mais distais. Ao se facilitar e melhorar a circulação linfática dessa região, não haverá sobrecargas maiores a esses vasos. (DE BARROS, 2001). O objetivo da captação é absorver os líquidos excedentes da região com estase (com edema, celulite, etc.) e transportá-la através dos vasos linfáticos de volta para a circulação venosa. (DE BARROS, 2001)
Existem considerações relevantes que devem ser observadas na aplicação da drenagem linfática:
- O trabalho deve ser executado no sentido proximal-distal;
- Praticar por maior espaço de tempo onde há maior retenção de líquido, ou seja, linfedema;
- Executar as manobras em ritmo lento, pausado e repetitivo, em respeito ao mecanismo de transporte da linfa, cuja freqüência de contração é de 5 a 7 vezes por minuto;
- Não deve ser desagradável e jamais provocar dor;
- As sessões devem ter o mínimo de 30 minutos. (LOPES, 2002).
Se a drenagem for deficiente há um congestionamento e conseqüente acúmulo de líquidos. Uma pressão demasiadamente forte pode obstruir os capilares chegando até mesmo a danificá-los, principalmente os capilares linfáticos pela sua estrutura frágil (Cassar, 2001).
De acordo com Guirro e Guirro (2002) e Lopes (2000), as manobras de DLM possuem várias indicações:
- Tratamento pré e pós-operatório de intervenção cirúrgica;
- Pós-traumatismos;
- Insuficiência venosa;
- Edemas;
- Linfedemas;
- Fibro edema gelóide;
- Queimaduras;
- Enxertos;
- Acne;
- Rosácea;
- Hematomas e equimoses;
- Rigidez muscular;
- Período de TPM;
- Insônia;
- Pós-mastectomia;
- Pós-mesoterapia;
- Tratamento coadjuvante da cicatriz hipertrófica ou queloideana.
A DLM, para ser efetiva, deve sempre ser realizada por fisioterapeuta habilitado em linfoterapia, que conheça bem a anatomia, fisiologia e patologias linfáticas e que saiba aplicar com segurança todos os componentes da técnica (Marx e Camargo, 2000).
2. Métodos
O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica sobre a técnica de drenagem linfática manual. As referências utilizadas tiveram fontes primárias e secundárias: Medline, Scielo, Lilacs, Livros, através das palavras-chaves Drenagem Linfática – Sistema Linfático. As referências utilizadas variam entre os períodos de 1998 a 2004, sendo que algumas fazem uma abordagem geral com relação ao tema e outras apresentam conteúdo mais específico. A língua utilizada de escolha foi o português. O levantamento bibliográfico, a seleção das referências e a redação do trabalho foram realizadas pelas pesquisadoras.
3. Discussão
De acordo com Ibidem o espaço entre as células onde se encontra água, sais minerais, vitaminas e outros elementos nutritivos de micro dimensões e regulado pela lei de Starling, que é definida como “um jogo de pressão instaurado nos dois lados da parede capilar, determinando a situação de homeostase dos líquidos intravasculares e intersticiais”, ou seja, a saída e a reabsorção de substâncias nestes mesmos capilares.
No procedimento relatado por Lopes (2002) essa técnica deverá ser executada observando alguns aspectos importantes, quanto o ritmo, manobras, pressão e harmonia dos movimentos. O tempo de sessão deve ter o mínimo de 30 minutos. Para Cassar (2001), a pressão da mão sobre o corpo, deve ser leve para não produzir colapso linfático, onde o valor sugerido gira em torno de 30-50mmhg.
Executando a técnica de DLM corretamente nós podemos estimular a abertura do linfático inicial e alimentar o volume do fluxo da linfa em ate 20 vezes (Kasseroler, 1998).
4. Considerações Finais
A DLM é uma técnica massoterápica especifica, cuja ação principal é sobre o sistema linfático e toda sua estrutura anatômica e fisiológica, que ao ser executado devem-se observar alguns aspectos importantes, quanto o ritmo, manobras, pressão e harmonia dos movimentos. É um recurso muito utilizado na pratica fisioterapêutica e também apresenta um bom referencial bibliográfico.
Devem-se observar alguns aspectos quanto à técnica da DLS, pois ela possui influencia direta em funções fisiológicas como:
- Capacidade dos capilares linfáticos;
- Velocidade da linfa transportada;
- Filtração e reabsorção dos capilares sanguíneos;
- Sobre a musculatura esquelética;
- Sobre a motricidade do intestino;
- Sobre o sistema nervoso vegetativo;
- Sobre imunidade.
Podemos concluir que para obter um bom resultado terapêutico, a técnica deve se realizada por profissionais qualificados, pois devem conhecer a anatomia e fisiologia do sistema linfático, só assim poderá obter os benefícios que ela proporciona.
5. Referências Bibliográficas
1. LEDUC, A. ET al. Drenagem Linfática Teoria e Prática. SP: Ed Manole. 2000.
2. DE BARROS, M. H. Fisioterapia: Drenagem Linfática Manual. São Paulo: Robe, 2001.
3. LOPES, M. Drenagem Linfática Manual e a Estética. Blumenau: Odorizzi, 2002.
4. MARX, A. G.; CAMARGO, M.C. Reabilitação Física no Câncer de Mama.. São Paulo: Roca, 2000.
5. KASSEROLER, R. Lymph Drainage Massage. Compendium of. Dr. Vodder’s – manual lymph drainage Heidelberg, 1998. Disponível aqui: Acesso em 06/12/2007.
6. LEDUC, A.; LEDUC, O. Drenagem Linfática: teoria e Prática.. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2000.
7. GUIRRO, E. C.; GUIRRO, R. R. Fisioterapia Dermato - Funcional: Fundamentos - Recursos Patologias. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2002.
8. CASSAR, M.P. Manual de Massagem Terapêutica. São Paulo: Manole, 2001.
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