“Intoxicação” é o termo utilizado para descrever uma condição provocada por uma extensa lista de contaminantes químicos como metais e poluentes ambientais; pesticidas; químicos usados nas limpezas, álcool, tabaco, drogas, medicamentos, cosméticos, exposição excessiva ao sol, além de dietas ricas em alimentos ultraprocessados, gordura saturada e trans, excesso de sódio e açúcar, aditivos alimentares usados inadequadamente; e pelos radicais livres formados no funcionamento regular do nosso próprio metabolismo. Em pequenas quantidades, os radicais livres atuam positivamente como coadjuvantes do sistema imune. Porém, quando a produção de radicais livres excede as defesas do organismo, ocorre o estresse oxidativo que acelera o envelhecimento, com o consequente aumento da susceptibilidade e a incidência de doenças como o câncer, artrite, doenças cardiovasculares, diabetes e doenças renais. Ou seja, A nossa saúde depende, em grande parte, da habilidade do organismo em neutralizar eficientemente esses produtos tóxicos.
Todas as substâncias são tóxicas se a concentração for suficientemente alta. O nível de intoxicação varia de acordo com diversos fatores, como o tipo de substância ingerida, o nível de exposição a esta substância, a idade, o peso corpóreo, tabagismo, etc.
O conceito de desintoxicação do organismo através da dieta tem sido adotado por culturas ancestrais como as indígenas, a hindu e a chinesa. Desintoxicar significa remover o caráter tóxico de uma substância. As vias de desintoxicação e eliminação no organismo humano são o fígado, os rins, o trato intestinal, os pulmões e a pele.
A dieta Detox é uma abordagem terapêutica natural não medicamentosa para eliminar toxinas e os seus efeitos nocivos, considerado o primeiro passo para restaurar o equilíbrio do organismo e despertar os mecanismos internos de auto-cura. O Detox é recomendado para a prevenção e tratamento de desequilíbrios de saúde em fase subclínica (assintomáticos ou com sintomas inespecíficos) ou no estágio precoce das patologias, e também para promover o rejuvenescimento.
São considerados sintomas de intoxicação:
• Indigestão, inapetência (falta de fome e apetite), alterações no paladar
• Sensação de peso, fadiga, letargia e cansaço após as refeições
• Cansaço excessivo sem causa aparente
• Eructação e flatulência (gases) excessivos
• Mau hálito ou odor corporal desagradável, suor excessivo
• Constipação ou irregularidade nas excreções, alteração na consistência das fezes que se torna pesada, pegajosa e/ou com presença de alimentos
• Cobertura esbranquiçada ou amarelada na língua
• Febre
• Presença de muco excessivo
• Ressecamento da pele
• Letargia, lentidão, apego, mágoa, preguiça. Sonolência em excesso, dificuldade de acordar pela manhã
• Inchaço e edema (retenção de líquidos)
• Aumento da suscetibilidade às doenças infecciosas
• Dor de cabeça
• Dores musculares
O objetivo da Dieta Desintoxicante Ayurvedica (anti ama) é a manutenção da saúde e o rejuvenescimento resultante do fortalecimento da potência digestiva e da desintoxicação. O seu mecanismo de ação é a restrição da exposição a substâncias tóxicas, aliada à ingestão de alimentos vegetais e especiarias ricos em vitaminas, minerais e fitoquímicos, além da hidratação adequada, descanso, meditação e prática de atividade física leve.
A sua prática deve trazer sensação de leveza, de bem estar físico e emocional, bom humor, disposição e vitalidade, melhora do humor, memória e raciocínio, a regularização das funções digestivas incluindo as eliminações, o fortalecimento dos sentidos do paladar e olfato, a aquisição de hábitos saudáveis e a liberação dos condicionamentos nocivos. É habitual que ocorra a eliminação da água em excesso e a diminuição de gorduras que se acumulam em algumas partes do corpo devido à obstrução dos canais que as alimentam. A maioria das pessoas que praticam essa dieta emagrece como consequência do equilíbrio alcançado pelo organismo. Porém, em alguns casos isso não ocorre.
A Dieta Desintoxicante Ayurvedica é branda, variada, colorida, cheia de frescor e energia. Todos os grupos de alimentos devem ser utilizados formando refeições variadas e coloridas com cereais e tubérculos, leguminosas, hortaliças e frutas, proteínas, laticínios (iogurte na forma de Lassis digestivos), óleos saudáveis, açúcares naturais e especiarias, com preferência para os alimentos orgânicos, da estação e da região. São priorizados os alimentos leves, frescos, de fácil desagregação e digestão.
O cardápio contempla os 6 sabores doce, salgado, ácido, picante, amargo e adstringente e fornece quantidades regulares de carboidratos, proteínas e lipídeos (normoglicídico, normoprotéico e normolipídico).
A alimentação deve atender à fome real sinalizada pelo estômago e não à vontade de comer emitida pelo cérebro. A potência digestiva individual (agni) deve ser respeitada, portanto, essa dieta não é pautada no valor energético oferecido (calorias) e sim na qualidade e variedade dos alimentos, assim como na correta combinação e preparo das refeições, respeitando-se a fome e a saciedade.
O fracionamento recomendado é de até 6 refeições de pequenos volumes para evitar que se sinta fome excessiva e o mal estar causado pela hipoglicemia (baixo nível de glicose na corrente sanguínea) comum nas dietas muito restritas e nos jejuns.
Em geral, no horário do almoço o apetite é mais forte. É quando devemos comer mais quantidade de preparações mais sólidas incluindo as proteínas.
Com baixo apetite, não se deve fazer jejum absoluto, mas, ingerir sopas leves (com consistência de canja), vegetais cozidos, papa de arroz, mingau ou preparações semissólidas.
Alguns alimentos com alto potencial alergênico devem ser evitados como os cogumelos, o leite (de vaca, cabra ou búfala), a soja e derivados como o tofu e o molho shoyu. Outros alimentos a serem evitados são: carnes, chocolate, achocolatados, sorvete, tortas e bolos, frituras de imersão, vinagre, condimentos artificiais, molhos cremosos, café (permitido até 1 dose), refrigerantes, bebidas gasosas ou geladas, alimentos artificiais, excessivamente processados, junk e fast food, enlatados, refinados, embutidos, congelados, transgênicos, irradiados ou cozidos em microondas, excessivamente cozidos, envelhecidos.
As preparações devem ser consumidas mornas e os alimentos crus e/ou refrigerados serão evitados. As frutas, legumes e vegetais serão abrandados, ou seja, levemente cozidos no vapor ou água, grelhados ou assados, de acordo com a sua preferência.
É recomendado desenvolver a habilidade de cozinhar com prazer (pelo menos o básico) e ter bons utensílios, que pouparão o tempo de preparo das refeições. Os utensílios devem ser de tamanho moderado e de boa qualidade. As panelas mais recomendadas são de aço inox, vidro, ferro, ágata ou pedra. O uso do microondas deve ser evitado.
Deve-se consumir as refeições em horários regulares para favorecer um ritmo mais eficiente de digestão. A pressa, o estresse, a raiva, a frustração, o medo, assim como os ambientes muito perturbados, reduzem a potência digestiva e podem provocar inflamações no sistema digestivo. Um ritmo calmo de mastigação favorece a digestão. Os talheres podem descansar sobre a mesa durante a mastigação. Reuniões profissionais devem ser evitadas às refeições, principalmente no período da dieta.
Do ponto de vista energético, focar a atenção nas refeições conectará os sentidos do paladar, visão e olfato com a digestão, trazendo sensação de prazer e saciedade.
A Dieta Desintoxicante Ayurvedica é oferecida no Prãna Spa Ayurvedico, em Campos do Jordão. Para saber mais, acesse: www.pranaspa.com.br