Vida Saudável
Como enfrentar a perda de alguém que nos é querido?
Uma das realidades mais difíceis de enfrentar para o ser humano é a da perda. Quando perdemos alguém que nos é querido, sofremos profundamente e sentimos que nos foi tirada uma parte de nós. Falta-nos alguma coisa, não nos sentimos em paz nem animados. Pelo contrário, o vazio que nos perturba, as emoções que alteram o nosso dia-a-dia, as memórias e recordações de momentos, de situações, de experiências partilhados, por vezes são tão fortes e intensos que podem chegar a destruir a mente daqueles que ficam. Esta é uma realidade difícil tanto para as pessoas idosas como para os mais jovens, para quem se torna mais incompreensível e devastador o momento da separação de algo ou alguém querido.Para ajudar o amigo Leitor/a a compreender e a enfrentar as emoções desencontradas e desmoralizantes da perda, gostaríamos de partilhar consigo alguns conselhos que o/a podem ajudar a “fazer o luto”, quer dizer, a assimilar o sucedido e a canalizar as suas energias para novos horizontes.
Não pretendemos, com estes simples conselhos, esgotar o tema e, muito menos, dar a impressão de que “é fácil, basta fazer isto”. Não é assim. Tudo o que tem a ver com a vida interior, tudo o que tem a ver com a mente humana e com as suas emoções e sentimentos é demasiado profundo e importante para ser visto de forma ligeira e simplista.
Limitamo-nos, portanto, a sugerir alguns caminhos, algumas atitudes, que podem ajudar a aliviar a dor, o sofrimento e a enfrentar com esperança os momentos terríveis da separação.
Aqui vão:
1) Recordar e reviver momentos que fazem parte da “história” daquele/a que partiu é normal e pode ser importante, mas é preciso ter a noção de que o passado não deve dominar o presente nem o futuro. Lembre-se que, sempre que revive essa “história”, volta a tocar na “ferida” emocional e sentimental que há dentro de si, e isso pode atrasar a restauração da sua mente e dos seus sentimentos.
2) Em situações de perda, pode acontecer que se sinta ansioso/a, talvez assustado/a com o que lhe possa suceder a si. Encare essa sensação como normal. O sofrimento provoca muita tensão interior e o nosso ser reage criando mecanismos de defesa, que nos levam a analisar e a avaliar o que temos dentro de nós. No entanto, acontece, por vezes, que essa ansiedade se repercute sobre aqueles que nos rodeiam, criando instabilidade e choques.
3) Quando se sofre uma perda, a tendência é a pessoa isolar-se, é fugir aos relacionamentos com o exterior, para se concentrar no que sente, no que aconteceu, na injustiça que o/a atingiu. Justamente porque a ansiedade provoca ondas ao seu redor, a pessoa tenta refugiar-se no silêncio e no seu canto. No entanto, essa atitude, embora deva ser respeitada e possa contribuir, em certa medida, para a restauração, não deve ser usada como um escape. É importante que a pessoa que sofre se abra, que fale com alguém em quem confie e que o/a possa ajudar a ultrapassar a mágoa.
4) Também pode acontecer que se sinta irritado/a e ressentido/a. Geralmente, esses sentimentos são direccionados para circunstâncias ou pessoas que poderiam, ou deveriam, a seu ver, ter feito a diferença, quem sabe evitado o desenlace fatal. Esses sentimentos podem virar-se, inclusivamente, contra si próprio/a, e começa a culpar-se por, de algum modo, não ter dado o apoio, a ajuda que poderia ter alterado as coisas. Se se sentir assim, amigo Leitor/a, lembre-se que não tem, nas suas mãos, a capacidade de dar a vida ou de a manter, quando as circunstâncias ultrapassam certos limites. Lembre-se, também, que, mesmo os especialistas, não conseguem evitar sempre essas perdas e que esses pensamentos destrutivos não vão ajudar nada, porque não podem trazer de volta o ser perdido, nem facilitam a sua recuperação. Quando surgem esses pensamentos, procure pensar em coisas positivas e tome a firme decisão de dizer “Basta”. Disso depende a sua saúde mental e emocional.
5) Para além da perda, e do seu sofrimento, a sua vida deve continuar. Deve manter a sua actividade o mais normal possível, continuar com as suas rotinas, mas, acima de tudo, deve procurar descansar bem, alimentar-se e desfrutar das boas amizades que tenha.
6) É muito importante evitar comportamentos de risco. O desânimo, a frustração, a dor podem servir como “alavancas” que o/a empurrem para o uso de substâncias destrutivas (álcool, drogas, tabaco). Se já for utilizador dessas substâncias, pode haver a tendência de se afundar ainda mais no seu uso. Por outro lado, muitas vezes, serão pessoas que considera suas amigas a aconselhar-lhe o seu uso ou a motivá-lo/a para isso. Não ceda à “tentação”. Não crie para si “bengalas” que dificilmente poderá pôr de parte. O uso dessas substâncias não resolverá o seu problema, mas criará muitos outros, para os quais pode nunca ter a solução. Evite, portanto, esses “amigos da onça”. Para sair da situação de dor e sofrimento vai precisar de todas as suas energias, de todas as suas faculdades e de toda a sua força de vontade.
7) Dê tempo ao tempo. Nada se resolve num instante, com um estalar de dedos. Tudo precisa do seu tempo para alcançar um certo grau de maturidade ou de desenvolvimento. O mesmo se passa com a sua mágoa e com o sentimento de perda que invade a sua mente e a sua vida. Deve ser paciente, sabendo que a mágoa acabará por se diluir, a sua mente conseguirá acalmar a ansiedade e a tristeza que sente. Mantendo o seu equilíbrio mental e emocional numa situação de dor ou perda não só o/a ajudará a si, mas dar-lhe-á força e sabedoria para ajudar outros que se encontrem na mesma situação.
Para si, amigo Leitor/a, que está a sofrer pela perda de um ser querido, aqui fica o nosso abraço de amizade e de compreensão.
Manuel Ferro
Redacção Saúde & Lar
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