Vida Saudável
Agradecimento - o post mais pessoal desse blog!
Data especial! Amanhã, como sabem, é o dia das mães. Além disso, meu querido blog faz 2 anos de vida, e o blog é um outro “filho”. Parabéns duplo para mim!
É claro que a internet já está cheia de felicitações, carinho, amor, dedicado as mães. Mas vou tentar fazer diferente. Hoje, eu não vou parabenizar. Vou agradecer. Vamos à uma historinha:
Quando eu era nova, sonhava com um monte de coisas. Eu queria viajar o mundo. Queria fazer intercâmbios. Queria até fazer parte dos médicos sem fronteiras (sério). Queria acolher, queria ajudar, queria tudo. Queria uma vida simples, tranquila.
Não, não sei por que a maternidade ainda não passava pela minha cabeça. Casar, também não passava. Mas queria ser livre e ter gente junto ao mesmo tempo.
Aí a vida vem com os seus planos. Engravidei de supetão, fui mãe de supetão, antes de saber quem eu era. Começou então uma jornada, uma jornada de auto-conhecimento.
Vamos fazer um parênteses e parar de falar um pouco exclusivamente de mim. Vamos falar de nós, cuidadoras. Por que, hoje, não quero falar só as mães, mas quero falar também com aquelas que não são biologicamente mães, mas de uma maneira ou outra, são cuidadoras. Pediatras, professoras, madrastas, a lista é enorme....
Quando nos colocamos no papel de cuidar de zelar pelo outro, isso não é só simplesmente doação. Não quero puxar o assunto pro lado da mãe mártir ou da mãe abnegada que faz tudo pelos outros. Quero falar sobre aquele indivíduo que está cuidando, em como ele se sente.
Estar na responsabilidade em relação ao outro é um exercício de auto conhecimento e de humildade. Cuidar do outro nos faz olhar para dentro de nós também. Nos faz melhor pois nos ensina a ser sensível, a olhar a necessidade e entender. A aumentar a nossa sensibilidade, nos instiga a nos questionar mais. E isso é benéfico para o indivíduo.
Desde sempre temos nossos sonhos e nossas vontades. Sabe o que eu acredito? Que a maternidade não transforma tanto assim, mas deixa mais explícito o nosso verdadeiro eu. Será que a mãe que diminui o ritmo um dia, quando criança, não sonhou com uma vida mais tranquila, no geral? Será que a mãe que luta pelo seu direito ou o do filho em qualquer situação não já era ou seria uma cidadã mais ativa na sociedade?
Será que, na verdade, eu não seria nutricionista mesmo que não fosse a Bia na minha vida? Provavelmente sim. Lembro também de ler e reler livro de digestão dos alimentos criança....
Mas com certeza, eu não seria a nutricionista que sou hoje, com minhas qualidades e claro, meus defeitos também, oras.
A vida me presenteou com uma menina que teve problemas com amamentação. Quando eu trabalho nessa questão com as pacientes, eu lembro, eu já passei por isso! Depois, amamentei prolongadamente. Também ouvi alguns pitacos na minha vida. O tempo passou, e de repente, tive uma “garota que não come”. Dá-lhe estudos, e também uma certa sensibilidade com os pacientes: eu já passei por isso! Quando não basta tudo, eu hoje tenho uma adolescente que se tornou vegetariana por conta própria: mais um aprendizado, não nos livros, mas no maior estágio do mundo, no estágio da vida. É estar desse lado, e do outro lado simultaneamente.
É claro que a maternidade não moldou só a minha profissão. Mudou minha personalidade também.
A maternidade me fez querer uma vida mais simples, morar perto do trabalho, não precisar de muitas coisas, mas de pessoas perto... e não era isso que eu queria lá atrás?
E sobre os sonhos... meu sonho era conhecer o mundo. Aí vem meu outro filho, meu blog, e me apresentou pessoas do mundo todo. Queria ajudar as pessoas, no “Médicos sem fronteiras”. E eu tenho aquela centelha de esperança de já estar fazendo isso, ajudando algumas pessoas com a informação e discussão que posto aqui, e com as respostas as dúvidas.
Eu não me transformei com a maternidade. Eu vou encontrando cada vez mais o meu prórpio eu, me conhecendo, e fazendo sim, o que eu sonhava quando era criança, mas de uma maneira diferente, e não por isso menos prazerosa.
Por isso, hoje, vou agradecer! Obrigada Bia, por poder ser sua mãe e assim, ser mais eu, lutar para ser mais parecida comigo. Obrigada por conversar comigo olho no olho, e chorar comigo quando sente vontade, eu me sinto valorizada, digna da sua confiança. Obrigada por me ensinar as coisas dos adolescentes. Obrigada por me ajudar a querer uma vida mais tranquila, para poder almoçar contigo e por você querer almoçar comigo, para me ajudar a enxergar que o que eu queria era morar perto do trabalho. Obrigada por me ajudar a ser uma nutri mais consciente. Obrigada por me fazer querer o melhor pra mim, já que isso vai te afetar de qualquer maneira. Obrigada por chamar a atenção ao meu temperamento quando aparente estou nervosa. Geralmente eu estou mesmo, e ser consciente disso em ajuda a acalmar. Obrigada por me deixar ser sua mãe.
E obrigada aos leitores do blog, por fazer que esse meu “filho” seja possível. Obrigada por comentarem, por perguntarem, obrigada especialmente pelo carinho, pelos elogios, isso às vezes pode mudar um dia. Obrigada por fazerem o blog existir, por que afinal, esse blog é para vocês.
E é claro, obrigada mãe, por você existir. E por tudo, sempre.
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