Tromboflebite

Este termo composto descreve um coágulo sanguíneo (trombo) numa veia inflamada (flebite). Normalmente, isso acontece nas pernas, mas também pode ocorrer nos braços.
Qualquer coisa que perturbe o fluxo do sangue pode promover a formação de um trombo:
1. Factores afectando a parede da veia: ferimentos mecânicos, químicos ou térmicos, infecção, ou danos imunológicos.
2. Factores que alteram o fluxo do sangue: imobilização, especialmente nas viagens aéreas ou após cirurgia ou trauma; deficiência cardíaca congestiva, obesidade, gravidez.
3. Factores que tornam o próprio sangue mais propenso a coágulos: infecções graves, terapia com estrogénio (contraceptivos ou terapia de substituição hormonal), doenças do sangue que afectem a coagulação, desidratação.
Se as veias superficiais forem afectadas, pode palpar-se, sob a pele, uma veia dura, dolorida, inchada e vermelha. Uma trombose das veias mais profundas, se for sintomática, causa inchaço, calor e dor no membro afectado, não apenas na área superficial ao longo da veia.
É muito mais perigoso quando está envolvida uma veia profunda. Como as veias são grandes, uma parte do coágulo sanguíneo pode partir-se com facilidade, dirigir-se ao coração, e depois cortar o suprimento de sangue aos pulmões – conhecido como embolismo pulmonar. Isso poderá causar uma dor aguda no peito quando se tenta respirar, dificuldades respiratórias e tosse com sangue. Se o coágulo for grande, pode ser fatal.
Para além do risco de embolismo pulmonar, um coágulo sanguíneo nas veias profundas pode comprometer a circulação venosa, causando insuficiência venosa a longo prazo. Normalmente, isso resultará em inchaço crónico, escurecimento da pele, inflamação e pode levar à ulceração da pele. Devido a veias danificadas, também se poderão desenvolver varizes.
Normalmente, aconselha-se descanso na cama, com o membro afectado levantado. A trombose das veias profundas requer intervenção médica urgente e anticoagulantes para evitar o embolismo pulmonar e minimizar a complicação de insuficiência venosa crónica.

A melhor cura é a prevenção
1. Ingira bastantes líquidos para evitar a desidratação, e mantenha o sangue a fluir mais livremente. O álcool, o chá preto e o café não estão incluídos nos líquidos recomendados, pois contribuem para a desidratação.
2. Faça exercício regular para melhorar a circulação. Se estiver a viajar, especialmente em voos longos, levante-se e movimente-se de hora a hora. Mexa os pés e as pernas regularmente, mesmo sentado ou se estiver acamado.
3. Evite ficar de pé durante muito tempo. Se precisar de ficar de pé, mexa as pernas regularmente para activar a circulação.
4. Não fume – isso danifica as vias circulatórias e torna o sangue mais propenso a coagular, diminuindo significativamente a circulação.
5. Evite usar roupas apertadas, tais como cintas e meias até ao joelho, com bandas apertadas que cortam a circulação.
6. Não cruze as pernas nem se sente numa posição em que faça pressão na barriga das pernas.
7. Evite alimentos ricos em gordura, carne e peixe – todos aumentam a propensão para coágulos. Em vez disso, coma muitos vegetais e fruta fresca, cereais integrais, oleaginosas e legumes – eles melhoram o fluxo sanguíneo e diminuem a probabilidade de formação de coágulos.
8. As meias de descanso podem melhorar a circulação venosa, evitando, assim, a formação de trombos. Elas são, ainda, recomendadas nos casos pós-operatórios, ou se houver inchaço das pernas depois de uma tromboflebite.

Medidas gerais de tratamento
Aplicação local de carvão ou argila ajudarão a diminuir a inflamação na tromboflebite superficial.
Elevação do membro afectado ajuda a minimizar o inchaço e consequentes alterações da pele.
Banhos ou chuveiros alternando água quente e fria ajudam a diminuir a inflamação aguda quando as veias superficiais são afectadas, mas não deverão ser aplicados nos estágios iniciais da trombose de veias profundas. Este tratamento é muito eficaz quando existe inflamação crónica ou úlceras depois de trombose das veias profundas.

Plantas medicinais na insuficiência venosa crónica
Quando tomadas oralmente, algumas poderão interferir com a medicação prescrita para anticoagulação, por isso, aconselha-se a que se certifique de que as pode tomar, antes de iniciar a terapia:
√ O alho ajuda a evitar a formação de coágulos sanguíneos e melhora a circulação. 1-2 g por dia é a dose recomendada.
√ A castanha-da-índia é recomendada, pela comissão governamental alemã, para o tratamento de varizes; melhora a circulação venosa. Pode ser tomada internamente ou aplicada topicamente.
√ A hamamélia fortalece as vias sanguíneas e também é indicada para o tratamento de varizes. Pode ser aplicada localmente ou tomar-se 2 colheres de chá numa chávena de água a ferver, 2-3 vezes por dia.
√ A gilbarbeira contém dois compostos anti-inflamatórios que fortalecem as veias e também são úteis no tratamento de varizes.
√ A rutina também ajuda a fortalecer os pequenos vasos sanguíneos. Pode ser tomada como suplemento, cerca de 100 mg por dia, ou pode ser encontrada numa colherada de violetas ou em meia chávena de trigo-sarraceno. A casca do limão também contém rutina, bem como outros flavonóides que são benéficos para a circulação venosa.
√ A uva-do-monte, as amoras e o mirtilo ajudam a fortalecer e a formar novas veias para melhorar a circulação. Extractos destas bagas são normalmente incluídos na medicação para problemas venosos.
√ Em vários estudos, ficou demonstrado que a centelha melhora a circulação venosa nas pernas, diminuindo o inchaço.
√ O cipreste, a alfazema, a manjerona ou o óleo de limão podem ser usados para massajar as partes afectadas, sendo a massagem sempre feita das extremidades em direcção ao corpo. A massagem ajuda a melhorar a drenagem linfática, e estes óleos têm demonstrado melhorar a circulação venosa.