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Os efeitos do álcool no organismo


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A palavra álcool tem origem na palavra árabe al-kuhl. Em árabe isto quer dizer pequena partícula. Pensavam que os efeitos das bebidas alcoólicas se deviam às leveduras.

Desidratação

O álcool é uma molécula pequena que atravessa a membrana de todas as células. Como consequência da sua capacidade de atravessar as membranas celulares e da sua atracção por meios aquosos, o álcool desloca a água das células, desidratando-as. Com isto o equilíbrio do pH e dos sais é alterado interferido com o normal funcionamento das células.

Hipoglicémia

O álcool diminui os níveis de glicémia, principalmente porque as células, cuja eficácia na presença do álcool se encontra diminuída, necessitam de mais energia e também porque é necessária como combustível para a degradação do álcool. Este efeito é usado para abrir o apetite porque o cérebro detecta a hipoglicémia e responde com um sinal de fome.

Fadiga

A diminuição da glicémia é compensada recorrendo às reservas do organismo: glicogénio do músculo, fígado e cérebro. Acabando as reservas de açúcar o organismo recorre a outra fonte, mobilizando as suas reservas de gordura. Daqui resulta um aumento dos ácidos gordos livres em circulação. Os ácidos gordos livres são capazes de transportar um aminoácido denominado Triptofano até ao cérebro. Este é um importante precursor para a produção de diversos neurotransmissores que modulam a percepção da fadiga, em particular da Serotonina. Quanto mais Triptofano, mais Serotonina é produzida e maior a fadiga.
Hipoglicémia => Mais Ácidos Gordos Livres => Maior aporte de Triptofano => Maior produção de Serotonina =>  Fadiga

Constrição intestinal

A Serotonina é um neurotransmissor que regula o sono, a fome, a ansiedade, a letargia, a analgesia, e o humor. O seu papel preciso depende da quantidade e de onde se encontra no cérebro e por quanto tempo aí permanece. A serotonina tem também acção a nível do intestino, levando a uma constrição que acarreta menor absorção de nutrientes e água.Uma retenção aumentada de água pelos intestinos pode conduzir a uma diarreia.

Efeitos no cérebro

Ao atravessar a membrana, o álcool interfere com os receptores de superfície dos neurónios, levando a uma diminuição da taxa e qualidade de ligação entre os mesmos. Este efeito é similar ao obtido pela administração de anestésicos. Efeitos:

Pequenas dosesDiminuição da inibição.
Doses intermédiasDiminuição da coordenação neuromuscular, discurso incoerente e incapacidade de andar em linha recta.
Altas dosesComa e morte

Nas bebidas escuras existem compostos orgânicos adicionais ( aldeídos, cetonas, polifenóis e taninos) que resultam de subprodutos do metabolismo das leveduras durante a fermentação, que irritam a pia mater, causando inflamação e dor de cabeça. Estes compostos também exacerbam o impacto do álcool no fígado.

Irritação do estômago

O álcool pode irritar a parede do estômago, tornando-a mais sensível ao pH do seu conteúdo.

Diurese

O álcool inibe a produção de ADH (Hormona Anti-diurética), levando a uma maior taxa de excreção de água pelo rim e aumentando a desidratação celular por ele provocada.

Lesões no fígado

O papel do fígado é a remoção de toxinas do nosso corpo. O fígado não possui meios activos para extrair o álcool da circulação sanguínea. O álcool é degradado por este, sendo convertido em aldeído e, em seguida, em diversos intermediários que por fim participam no metabolismo do organismo. A velocidade a que degradamos o álcool é geneticamente pré-determinada. Através do consumo frequente essa velocidade pode aproximar-se do máximo geneticamente pré-determinado.
A degradação do álcool conduz a vários problemas para o fígado. Em primeiro lugar, o álcool é convertido em aldeído - que é mais tóxico que o álcool, mas que é novamente degradado rapidamente. As bebidas alcoólicas contêm elas próprias aldeídos e a captação do álcool pelo fígado prejudica a sua capacidade de o degradar. O funcionamento. do fígado é no entanto substancial, mas quando os níveis de álcool se elevam a sua taxa de degradação abranda. Em termos gerais, o fígado pode remover 1 unidade (10ml) de álcool por hora. Consumos elevados por longos períodos de tempo conduzem a alterações na forma como o fígado metaboliza o álcool, levando à formação de depósitos de gordura que podem provocar danos no fígado.

Fonte:http://farmaceutico.com.sapo.pt/drogas.html



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